Brasil deve ter mais 100 campi de Institutos Federais, em todos os estados e DF
O Brasil deverá ganhar cem novos campi dos Institutos Federais nos próximos anos, em todos os estados e no Distrito Federal, sendo a maioria deles (38) na região Nordeste, segundo anúncio do governo federal, em março de 2024, o que significará 140 mil novas matrículas, com a maior parte delas em cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Depois do Nordeste, a região que mais receberá campi será a Sudeste (27), seguida pelo Sul (13), Norte (12) e Centro-Oeste (10). Entre os estados, São Paulo é o que mais terá campi (12). Bahia e Minas Gerais ganharão 8 cada, Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro 6 cada e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará 5 cada.
O investimento previsto de R$ 2,5 bilhões tem o objetivo de promover uma interiorização dos institutos pelo país, priorizando regiões ainda sem unidades ou que tenham baixo número de matrículas em cursos técnicos de nível médio em relação à população da região. Além das novas unidades, haverá um investimento de R$ 1,4 bilhão para melhorias nos institutos já existentes (refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas e equipamentos).
Pertencentes à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os institutos são especializados na Educação Profissional Tecnológica (EPT), oferecendo o ensino de variados níveis e modalidades, da educação básica à superior. São 11,8 mil cursos diversos na atualidade, de formação inicial e continuada, técnicos, superiores de tecnologia, licenciatura, bacharelado, especialização, mestrado e doutorado.
Por lei, a Rede Federal ter uma reserva de 50% das vagas para estudantes de famílias com renda igual ou inferior a um salário-mínimo per capita, e as instituições federais de ensino técnico de nível médio têm de reservar, em cada concurso seletivo para ingresso em cada curso, por turno, no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que cursaram integralmente o ensino fundamental em escolas públicas.
Compõem a Rede Federal hoje 38 institutos federais em todos estados, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), 22 escolas técnicas vinculadas às universidades federais e o Colégio Pedro 2º, no Rio de Janeiro. Há também campi associados a essas instituições federais, o que totaliza 682 unidades no país atualmente, somando mais de 1,5 milhão de matrículas e 82,9 mil professores e técnicos. Com os novos 100 campi, a Rede Federal passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de institutos federais.
A Rede Federal foi criada no ano de 2008, pela Lei n. 11.892, de 29 de dezembro, e completou quinze anos de existência no fim de 2023, o que motivou a realização, pelo Ministério da Educação (MEC), de uma exposição e de um documentário sobre sua história e importância. As unidades realizam pesquisas de excelência e contribuem também para o desenvolvimento de áreas mais remotas do país, algumas delas longe das grandes cidades.
Na plataforma on-line Nilo Peçanha, mantida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC), podem ser encontrados indicadores de gestão da Rede Federal, dados orçamentários e informações de gestão de pessoas (corpo docente, discente e técnico-administrativo). Já o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) tem o papel de valorizar, dar suporte e fortalecer as instituições da Rede Federal, os que nela trabalham e o ensino profissionalizante de forma geral.