Indicadores da qualidade dos egressos do ensino técnico
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Ano de publicação

2022

Formato

Pesquisa

Acesso

Livre

Indicadores da qualidade dos egressos do ensino técnico

A pesquisa sobre indicadores de egressos, encomendada pela Itaú Educação e Trabalho ao economista e pesquisador Sergio Pinheiro Firpo, teve o objetivo de investigar quais são as informações mais importantes a serem monitoradas sobre os jovens egressos da EPT de nível médio.

O levantamento passou por uma reflexão do que podemos considerar como uma trajetória de sucesso desses jovens egressos e encontrou dois pontos principais: inserção produtiva de qualidade e a continuidade dos estudos.

Quando pensamos em qualidade da inserção produtiva concluímos que, para os jovens egressos da EPT, a situação quanto à ocupação por si só não qualifica o seu sucesso, pois, é um indicador que mistura muitas condições distintas, não traz informações sobre a formalização da atividade produtiva ou do nível de organização da atividade exercida por conta própria.

É esperado que os jovens egressos da EPT estejam preparados para conquistar postos de trabalho qualificados, com um nível de remuneração que dê condições para uma vida digna, desempenhando atividades que exijam mais pensamento crítico e flexibilidade do que atividades rotineiras, e que as atividades de trabalho por conta própria estejam vinculadas a condições formais, podendo inclusive gerar novos postos de trabalho.

Diante disso, foi proposto um indicador de qualidade da inserção produtiva, que considera aspectos como a participação na força de trabalho, a situação quanto à ocupação, a atuação por conta própria (com ou sem CNPJ), a contribuição para a previdência, o nível de remuneração e o nível de atividades rotineiras associado à ocupação exercida.

Sobre a continuidade dos estudos, é importante observar a transição do egresso da EPT para o ensino superior e o nível de permanência e conclusão dos egressos nessa etapa.

O estudo trouxe informações que são coletadas na PNAD contínua desde 2016 e que são muito pouco exploradas, e até mesmo desconhecidas por muitos. Isso abre uma possibilidade de acompanhamento dos egressos da EPT em nível nacional e por UF a partir de dados secundários oficiais, coletados pelo IBGE. O estudo também traz a reflexão sobre questões que poderiam ser abordadas na coleta da PNAD contínua e que permitiria monitorar outros indicadores importantes para avaliar os egressos da EPT, como qual o curso técnico realizado e se a área de atuação profissional está relacionada à sua formação.

Os resultados mostraram que, em muitos aspectos, a qualidade da inserção produtiva dos jovens egressos da EPT se assemelha mais à dos egressos do ensino superior do que dos egressos do ensino médio regular. Uma grande diferença entre o superior e o técnico é observada apenas em relação à remuneração, que é muito importante, e também um pouco em relação ao nível de execução de atividades rotineiras.

O estudo traz um norteamento importante para se pensar modelos de acompanhamento dos egressos da EPT da rede pública em nível estadual e estabelece um marco importante para o acompanhamento a partir de dados secundários oficiais. As informações provenientes do monitoramento dos egressos são importantes para subsidiar o planejamento da oferta de cursos, ações pedagógicas e para avaliar os efeitos da implementação de políticas públicas.