Paraíba cria curso superior de tecnologia em energias renováveis
O estado da Paraíba está ofertando, desde novembro de 2021, o Curso Superior de Tecnologia em Energias Renováveis, criado por meio de parceria e construção coletiva entre Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Itaú Educação e Trabalho.
Trata-se de uma formação de tecnólogo que segue uma proposta de itinerário contínuo, com reservas de vagas para egressos dos cursos técnicos de nível médio em energias renováveis ofertados por algumas ECITs (Escolas Cidadãs Integrais Técnicas), com o objetivo de que os jovens aprofundem seus conhecimentos na graduação logo após o ensino médio.
Com duração de 30 meses (dois anos e meio), o curso é o primeiro da UEPB a graduar tecnólogos. Forma profissionais aptos a atuarem nos campos de energia eólica, de biocombustível e solar, com mais ênfase nesta última, em alinhamento às demandas crescentes do setor de energia local, que está em expansão no estado.
A SEECT é a responsável pelo fomento financeiro para o desenvolvimento da ideia, por meio de uma consultoria pedagógica de técnicos da pasta, e para a estruturação do prédio e laboratórios. Um grupo de trabalho constituído por técnicos da secretaria e professores da UEPB trabalhou na construção de documentos de estruturação do curso, como o Projeto Pedagógico do Curso (PPC), e na definição de disciplinas e ementas do curso.
“Certamente é uma revolução na oferta de ensino superior para nossos jovens porque os estimula a seguir uma trajetória desde o ensino médio, vislumbrando a oportunidade de continuidade, caso desejem, das suas atividades no ensino superior. Ao mesmo tempo, essa qualificação responde às demandas de um mercado cada vez mais exigente e em expansão”, avalia Rayssa Alencar, assessora de Educação Profissional da SEECT.
À universidade, cabe a oferta do curso, com a criação de um campus, disponibilização de professores, certificação, bem como elaboração e execução da proposta de modo geral. O Itaú Educação e Trabalho participa com o apoio técnico e pedagógico em todo o processo, da concepção à implantação, incluindo a construção do PPC e o processo seletivo, e o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) contribui com a cessão do prédio do Centro Vocacional Tecnológico (CVT).
“Essa parceria entre universidade e secretaria representa um novo momento para a educação do estado, visto que envolve a educação básica e o ensino superior na construção de um curso em conjunto, contemplando assim todo o sistema educacional paraibano. Para os jovens, representa uma oportunidade de formação e de emprego em uma área em franca expansão”, observa Vagda Gutemberg Gonçalves Rocha, pró-reitora adjunta da UEPB.
A primeira turma do curso conta com 35 alunos, e a oferta ocorre no município paraibano de Sousa, no interior do estado, porque está situado na região com o maior potencial para geração de energia solar do estado e já conta com o curso técnico de nível médio em sistemas de energia renovável na escola da cidade, a ECIT Estadual Chiquinho Cartaxo.
Os primeiros matriculados participaram de um processo de seleção simplificado. No total, 70% das vagas foram destinadas a candidatos que concluíram o curso técnico de nível médio de sistemas de energia renovável em escola técnica da rede pública, enquanto 30% ficaram para a ampla concorrência. Os critérios de aprovação foram ser egresso do ensino médio, ter rendimento acadêmico superior ou igual a 7,0 e encaminhar os documentos comprobatórios solicitados.
O estudante egresso do curso médio técnico em energias renováveis poderá validar créditos em Atividades Acadêmico Científicas-Culturais (AACC) ao apresentar: certificados de participação e organização de eventos na área de conhecimento com carga horária específica, certificado de cursos e minicursos realizados, na área de conhecimento, durante o período de formação de curso técnico, com carga horária específica e certificados de estágios na área de energias renováveis durante os últimos dois anos. Dessa forma, o estudante aproveita algumas atividades realizadas ainda no ensino médio técnico e fica dispensado de 200 horas correspondente a esse componente curricular.
“Um itinerário contínuo para formar os jovens paraibanos é algo positivo porque mostra que o estado está valorizando a continuidade do estudo ao longo da vida, tão necessária hoje, assim como a EPT, que é uma porta de entrada digna para o mundo do trabalho”, afirma Cacau Lopes da Silva, gerente de implementação e desenvolvimento do Itaú Educação e Trabalho.