Paraíba firma parceria com setor produtivo para empregar jovens

Iniciativa

Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia

Estado

Paraíba

Última atualização

21/10/2022 às 19:58

Data

06/07/2021

Formato

EPT nos Estados

Acesso

Livre

Paraíba firma parceria com setor produtivo para empregar jovens

Desde 2019, a Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba estimula as escolas estaduais a estabelecerem parcerias com as empresas locais. A partir do primeiro ano, as chamadas ECITs (Escola Cidadã Integral Técnica), que ofertam o ensino médio com cursos técnicos integrados, realizam visitas técnicas e palestras, entre outras ações.

No processo de parceria, mostra-se ao setor produtivo o currículo, o que o curso técnico oferece de aprendizado e quem são os jovens do primeiro e segundo anos. Ao longo do terceiro ano, aprofunda-se a parceria por meio da disciplina Empresa Pedagógica, em que os alunos resolvem problemas reais das corporações. A seguir, os alunos podem escolher entre produzir um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) ou realizar o estágio.

O Programa Primeira Chance visa desenvolver as habilidades do mundo do trabalho e da vida, inserindo os jovens no universo produtivo e empreendedor. Os estudantes do 3º ano do ensino médio integrado à educação profissional podem cumprir o estágio desde 2019, quando a Paraíba instituiu a iniciativa. Logo de início, o programa contou com a parceria de 44 empresas e 130 estudantes estagiando. A iniciativa cresceu aos poucos e, em 2020, já somava 130 empresas e 252 estudantes em estágio.

Desde abril de 2021, 150 empresas participam do projeto (os estágios ocorrerão no segundo semestre). Os jovens atuam nos mais diferentes setores: têxtil, industrial, design, vestuário, produção de moda, agricultura familiar, gestão e negócios, informação, comunicação, turismo, hospitalidade e lazer do litoral.

O Primeira Chance abre um edital para as empresas interessadas, que se inscrevem e enviam documentação. Para serem aprovadas, elas não podem ter dívidas de impostos nem trabalhistas, por exemplo. A segunda fase é a de entrevistas com as empresas e os estudantes. Uma vez classificados, os jovens são encaminhados para os estágios. A empresa parceira assina um termo de cooperação, arca com o vale-transporte e com o seguro de vida, enquanto o governo estadual paga a bolsa do estágio, no valor de R$ 500,00, para uma atuação do jovem de quatro horas ao dia, de segunda a sexta. Ao mesmo tempo, há uma mentoria quinzenal de acompanhamento do desenvolvimento do aluno por um professor.

O empresário Marcelo Martins, proprietário de empresa de tecnologia de Cajazeiras (PB), foi um dos primeiros a aderir e mobilizou outras corporações locais. Em 2019, dois jovens estagiaram em sua empresa, que cria softwares para o varejo e cuida de segurança da informação. Em 2020, foram quatro, um deles contratado ali mesmo e outro por um parceiro.

“Trabalhando com os jovens daqui, ajudamos a fortalecer e a desenvolver a nossa região e as famílias deles também. O jovem pode experimentar o mundo do trabalho e depois escolher sua profissão, sem precisar migrar do sertão para grandes cidades. Isso gera um impacto social e um desenvolvimento de pessoas. Não é só um mero ganho financeiro”, explica Marcelo, que tem 27 funcionários e atende a clientes em sete estados.

A química Rosimeri Barboza de Abreu, proprietária de empresa de cosméticos sediada em Bayeux (PB), abriu suas portas para o “Empresa Pedagógica” e depois para o período de estágio. Deu oportunidade para duas alunas estagiarem, das quais uma já foi admitida. “Fiz iniciação científica na faculdade e isso me marcou. É de crucial importância a ligação entre empresas e Estado para proporcionar experiências do mundo do trabalho e o início da vida profissional. As empresas poderiam abrir mais seus espaços para receber alunos. Todo mundo ganha com isso. O Estado, a empresa, o estudante”, relata Rosimeri. Ela reforça que os professores ajudaram na identificação dos alunos para o estágio e que o Primeira Chance tem o ponto positivo de dividir os custos com as empresas, o que favorece microempresas como a dela, hoje com sete funcionários.

A Paraíba tem 229 escolas de ensino médio integral, das quais cem oferecem o curso técnico de forma integrada. A rede atende mais de 26 mil estudantes. Dado o contexto da pandemia de Covid-19, que aumentou o desemprego, sobretudo o juvenil, o governo da Paraíba ampliou o Primeira Chance. Em 2021, o programa passou a incluir os egressos do ensino médio em cursos de qualificação e de inserção no mercado, de modo que possam se colocar ou se recolocar no mundo produtivo.