RS revisa oferta de EPT com alinhamento ao potencial econômico regional

Iniciativa

Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul

Estado

Rio Grande do Sul

Última atualização

21/10/2022 às 19:58

Data

20/10/2021

Formato

EPT nos Estados

Acesso

Livre

RS revisa oferta de EPT com alinhamento ao potencial econômico regional

A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e a Peers Consulting, está realizando desde agosto de 2021 uma completa revisão da oferta de Educação Profissional e Tecnológica da rede estadual de ensino, incluindo os cursos integrados, concomitantes e subsequentes, o que atinge cerca de 20 mil estudantes. O principal objetivo é modernizar a oferta, a partir do alinhamento dos cursos técnicos ao potencial econômico das regiões do estado, assim como da aderência pedagógica pelos executores da política educacional.

Entre as principais atualizações decorrentes da revisão, destaca-se, numa primeira onda, a oferta, a partir de janeiro de 2022, de cinco cursos técnicos prioritários no estado: agropecuária, tecnologia, desenvolvimento de sistemas, administração e eletromecânica. Juntos, esses cursos atingirão 77% de todas as matrículas de EPT da rede em 2022.

Na segunda onda, deverá ser efetuada uma análise para que haja ajustes e aprimoramentos da oferta efetivamente realizada. Os demais cursos ainda terão um prazo determinado para se adaptar e se adequar à estratégia de alinhamento, tanto pedagógica como economicamente. Ambas as ações deverão ocorrer no ano de 2022 devido à legislação do Ensino Médio. Além disso, matrizes e cursos em processo de revisão contarão com a escuta das regionais, coordenadores de cursos, entre outros profissionais, em processos participativos.

O ponto de partida para essas ações foi um diagnóstico produzido pelo Itaú Educação e Trabalho, Peers e Superintendência de Educação Profissional, em que foram definidos os cinco cursos prioritários após um longo processo de análise conjunta dos cursos de EPT ofertados pela rede estadual.  O resultado mostrou que, de 309 cursos, 25% não tinham alinhamento com o potencial econômico da região de oferta e que a maioria deles necessitava de algum tipo de adequação curricular.

A partir desse estudo, a Secretaria de Educação reuniu e mobilizou todos os gestores da pasta que, de algum modo, fazem parte do delineamento dos cursos, como a Diretoria Pedagógica e a Assessoria Técnica, além da própria Superintendência de Educação Profissional. Para produzir a revisão criteriosa dos 309 cursos oferecidos, diferentes servidores da Educação Profissional trabalharam lado a lado com a equipe do Itaú Educação e Trabalho e da Peers, para se tomar a decisão de quais cursos deveriam ser priorizados ou ajustados e quais deveriam continuar a ser ofertados ou não, revisando todos os currículos, em um verdadeiro mutirão de trabalho coletivo.

O modelo da Peers de identificação e de priorização dos cursos foi adaptado às características da rede gaúcha para se ter uma visão real e identificar os percentuais de cursos que necessitavam ser readequados, dos que precisavam ser descontinuados e daqueles que careciam de investimento em divulgação, por exemplo, para egressos do Ensino Fundamental e do Médio e para suas famílias.

 Produzida a muitas mãos, a revisão contou com critérios estatísticos e pedagógicos e com um raciocínio matricial, que auxiliou a tomada de decisão a partir de dados reais e com o respeito às peculiaridades de cada escola. Foram levados em consideração aspectos de infraestrutura, RH e questões pedagógicas, entre outros.

Esse modelo matricial e de dados nos deu um norte num curto prazo de tempo e garantiu a construção coletiva e o protagonismo da secretaria no alinhamento dos cursos técnicos ao potencial econômico e ao interesse dos estudantes, atendendo ao universo do trabalho e, ao mesmo tempo, aos alunos. Essa estruturação de longo prazo gerará riqueza nas diversas regiões, pois criará nas empresas locais a confiança para se aproximarem das escolas e poderem investir e empregar mais jovens”, explica Frederico Cesar Matias Cardoso Guedes, superintendente de Educação Profissional da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.

Ele enfatiza ainda que a EPT só faz sentido se também atender à inserção dos estudantes no mundo do trabalho e ao potencial econômico. Para isso, antes da criação dos cursos técnicos, estabeleceu-se que é necessário o diálogo prévio com os setores produtivos locais, de forma que eles apontem as competências técnicas mais relevantes aos postos de trabalho. É imprescindível também escutar os professores, diretores e estudantes para a construção dos currículos. A perspectiva da Superintendência é de mudança da antiga e tradicional “oferta de cursos” para cursos que atendam às demandas atuais e futuras das comunidades e da economia regional.

Revisões como esta são essenciais nos estados, pois levam em conta diversas vozes, como o setor produtivo, o poder público e o terceiro setor, possibilitam a modernização da oferta da EPT por meio de critérios técnicos e aumentam as chances de uma real inserção dos jovens no mundo do trabalho”, analisa Cacau Lopes da Silva, gerente de implementação e desenvolvimento do Itaú Educação e Trabalho.