Sete pontos de atenção para criar avaliações do itinerário da EPT no ensino médio

Fonte

Itaú Educação e Trabalho

Data

15/09/2022

Formato

Notícia

Acesso

Livre

Sete pontos de atenção para criar avaliações do itinerário da EPT no ensino médio

O Brasil ainda não possui um sistema de avaliação nacional específico para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) de nível médio. Ele precisará ser construído para poder avaliar o itinerário da formação técnica e profissional, introduzido na recente flexibilização curricular do ensino médio. Enquanto o sistema não é criado, cabe às redes de ensino instituírem seus meios de avaliar estudantes e cursos. Fundamentalmente, é necessário verificar como se deu a aquisição de competências e habilidades gerais do mundo do trabalho e técnicas específicas. Para isso, destacamos sete pontos de atenção voltados aos gestores, a partir dos guias temáticos publicados no Observatório da EPT e de publicações como a Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica: um campo em construção, do Inep.

1 – As avaliações precisam ser planejadas — Há perguntas essenciais que norteiam o planejamento avaliativo de um itinerário da formação técnica e profissional: para que avaliar? (define a finalidade da avaliação); o que avaliar? (objeto da avaliação); quem são os participantes? (público-alvo); como avaliar? (critérios de avaliação; escolha da metodologia); quem avalia? (avaliadores); como usar os resultados da avaliação? (como serão utilizados seus achados). O planejamento deve considerar: a viabilidade, para que a avaliação seja possível de ser realizada; a fidedignidade, para que ela seja confiável e precisa; e a utilidade, para que seja relevante e contribua para a tomada de decisões e para o planejamento das transformações da realidade analisada.

2 – Todo curso técnico possui, já em sua concepção, orientações sobre avaliação — Critérios e procedimentos de avaliação da aprendizagem para o exercício profissional e critérios de aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores dos estudantes têm de constar, necessariamente, no plano do curso técnico, que é o documento previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica (DCN-EPT) para a autorização da oferta de um curso técnico. No caso de oferta do itinerário por meio de parceria, a instituição de origem do aluno é a responsável por estabelecer as formas de acompanhamento de avaliação dos cursos realizados por ele em outras organizações.

3 – Instrumentos avaliativos da EPT devem considerar as competências e as habilidades para o mundo do trabalho — Precisam ser levadas em conta nas avaliações dos saberes técnicos de cada profissão tanto as competências e habilidades mais amplas quanto as mais específicas. As amplas estão relacionadas às competências socioemocionais, bastante demandadas hoje pelo mundo do trabalho, enquanto as específicas são as diretamente relacionadas ao curso técnico ofertado e ao perfil esperado da referida formação, que desenvolveu capacidades técnicas características das funções laborais. Deve-se atentar também ao fato de que, no itinerário da formação técnica e profissional, o trabalho, que é intrínseco à constituição das pessoas, é assumido como princípio educativo, sendo tanto a base para a organização curricular, quanto para sua avaliação posterior.

4 – Avaliar o desenvolvimento de processos e o engajamento do estudante é essencial — A EPT orienta-se por um saber-fazer próprio da formação profissional. Por isso, faz sentido avaliar se o estudante consegue desenvolver processos em situações profissionais próximas das situações laborais reais, em que poderá mobilizar recursos, encontrar meios de resolver os desafios e produzir resultados observáveis por formadores conhecedores das comunidades da prática profissional. As avaliações devem permitir ainda observar o engajamento do avaliado nos processos técnicos, mas também em uma comunidade de práticas, cujos traços de pertencimento vão desde linguagem técnica, postura, vestimenta, modos de manuseio de equipamentos e instrumentos até valores incorporados, negociados e apropriados.

5 – Criar matrizes de referência é fundamental para avaliar — A matriz de referência indica os elementos a serem avaliados e orienta a elaboração de itens de testes e provas (objetivas ou práticas), sendo o referencial para a produção do instrumento de avaliação. Ela reflete o que se espera como imprescindível do processo de ensino-aprendizagem para determinada série ou etapa, tendo como base o perfil de formação esperado e representando o conjunto de conhecimentos que compõem o currículo de determinada área. Na elaboração da matriz, deve-se adotar um modelo teórico-metodológico, eleger competências a serem analisadas com suas respectivas habilidades e objetos do conhecimento e validar o documento em um piloto.

6 – Parcerias técnicas ajudam a construir matrizes de avaliação — A criação de uma matriz de avaliação específica para a educação profissional que permita avaliar as competências e habilidades obtidas nos cursos profissionalizantes oferecidos pelas redes estaduais pode demandar convênios ou parcerias de assessoria técnica com universidades, ou grupos de estudo acadêmicos especializados, ou os Serviços Nacionais de Aprendizagem que ofertam ensino técnico, de modo que seja produzido pelos gestores e pesquisadores um instrumento rigoroso, preciso e customizado para analisar a oferta do estado.

7 – Acompanhamento de egressos contribui para aprimorar oferta — Verificar a inserção produtiva dos egressos dos cursos técnicos é importante para medir a empregabilidade da formação, para suportar decisões sobre criação ou extinção de cursos e revisões de currículos e práticas pedagógicas, bem como para uma análise da eficácia da oferta. Convém avaliar a ocupação dos egressos, o tipo de vínculo empregatício, a renda mensal, as condições de trabalho, a relação do trabalho com o curso técnico e a contribuição da formação técnica para a obtenção do emprego.

Você poderá acessar e baixar a íntegra de cada guia nesta plataforma:

Guia 1 – Itinerário da Formação Técnica e Profissional (FTP)

Guia 2 – Normatização e Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica

Guia 3 – Financiamento da Educação

Guia 4 – Desenho da Oferta: arquitetura curricular e parcerias

Guia 5 – Articulação Curricular e Projeto de Vida

Guia 6 – Avaliação de Aprendizagem e Certificação

Guia 7 – Contratação e Formação Docente